março 29, 2007

E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias

Os Satyros apresentam a terceira parte da Trilogia da Praça Roosevelt: "E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias"
"Desde dezembro de 2000, quando Os Satyros instalaram a sua sede paulistana na Praça Roosevelt, a companhia vem desenvolvendo um intenso trabalho com a comunidade da região da praça. Ao mesmo tempo que eu mergulhava na criação de espetáculos e eventos, pude testemunhar a transformação que Os Satyros propiciaram ao seu entorno, a combalida e decrépita Praça Roosevelt. Outrora um centro de cinemas de arte e bares e restaurantes elegantes, ela estava, em fins dos anos 90, transformada em reduto de traficantes, pequenos marginais, garotos de programa. Além de uma fauna que incluía transexuais, travestis, prostitutas, mendigos de todo tipo e cidadãos de classe média, que ocupam os vários edifícios residenciais que formam um paredão à esquerda da Igreja da Consolação. Era um lugar que não se podia atravessar à noite sem receio. Desde que ocuparam o n.º 214 da praça, no início do século 21, Os Satyros criaram ali um movimento cultural que iluminou a área, tornou-a visível, intensamente freqüentada por artistas, espectadores, jornalistas, intelectuais, escritores. Dos antigos freqüentadores do local, os traficantes se afastaram, e os travestis e transexuais são reconhecidos como habitantes da área, incorporados ao cenário local. A Praça Roosevelt hoje é um exercício de cultura e de democracia, construída dia a dia com grande dificuldade."
Alberto Guzik, in Os Satyros Um Palco Visceral, Coleção Aplauso, Imprensa Oficial
Ao terceira parte da Trilogia da Praça RooseveltOs Satyros estréiam no dia 8 de abril o projeto "E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias". Para esta estréia, Os Satyros estão organizando para o próximo dia 6 de abril, a partir das 14h00, uma grande maratona teatral onde serão apresentados os 7 espetáculos que compõe o projeto.

"E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias" encerra a Trilogia da Praça Roosevelt que Os Satyros iniciaram com "Transex" (2004) e "A Vida na Praça Roosevelt" (2005) e conta com recursos provenientes do PAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura.

Para esta última parte, Os Satyros resolveram abrir-se para a reflexão e o talento de vários artistas amigos que convivem intimamente com a intensa vida da Praça Roosevelt, criando um grande caldeirão de influências, percepções, estéticas e propostas cênicas, com a participação de mais de 50 artistas. A idéia era de fomentar uma trindade fundamental para o teatro: dramaturgos, diretores e atores.

Os Satyros também buscaram o contato com grupos de tendências variadas. Assim, grupos como Cemitério de Automóveis, Tapa e Os Fofos Encenam; através de seus artistas, encontram-se representados no projeto. Os Satyros também convidaram para o projeto um diretor pernambucano que já teve trabalhos seus apresentados em São Paulo, Antonio Cadengue.Os espetáculos de "E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias" entrarão em cartaz no dia 8 de abril, sempre às 19h00. Para a maratona do dia 6 de abril, o cronograma é o seguinte:

14 horas - 06/04 – Segunda-Feira: O Amor do Sim
16 horas - 06/04 – Terça-Feira: Na Noite da Praça
18 horas – 06/04 – Quarta Feira: Impostura
20 horas – 06/04 - Quinta Feira: Hoje é Dia do Amor
22 horas – 06/04 - Sexta Feira: A Noite do Aquário
24 horas – 06/04 - Sábado: Assassinos, Suínos & Outras Histórias da Praça Roosevelt
02 horas – 07/04 – Domingo: Uma Pilha de Pratos na Cozinha

A estréia em horário regular será no dia 08 de abril, às 19h00, com a apresentação de “Uma Pilha de Pratos na Cozinha”. A partir de então as peças entrarão em cena sempre às 19h00.O processo das montagens.
Inicialmente, foram convidados sete dos mais destacados dramaturgos paulistanos para escrever sete peças que abordassem aspectos da Praça que eles considerassem relevantes, e com situações que seriam relativas a cada dia da semana. Os dramaturgos são: Mário Bortolotto (domingo), Mário Viana (segunda-feira), Alberto Guzik (terça-feira), Marici Salomão (quarta-feira), João Silvério Trevisan (quinta-feira), Sérgio Roveri (sexta-feira) e Jarbas Capusso Filho (sábado).

Posteriormente, foram convidados sete diretores diferentes que tiveram ampla liberdade para definir os caminhos de sua encenação. Os diretores são, respectivamente: Mário Bortolotto, Alexandre Reinecke, Luiz Valcazaras, Fernanda D'Umbra, Antonio Cadengue, Sérgio Ferrara e Marcos Loureiro.

Estes, por sua vez, convidaram os atores que darão conta dos personagens de cada uma das peças. Entre estes, encontram-se: Clara Carvalho, Otávio Martins, Gustavo Haddad, Ângela Barros, Germano Pereira e Flávia Garrafa, entre outros .

Os espetáculos serão apresentados de segunda a domingo, sempre às 19h00, no Espaço dos Satyros Um - Praça Roosevelt, 214, tel. 3258 6345 -, a partir desses textos, alternadamente.


Os Satyros e a Praça RooseveltOs Satyros instalaram-se na Praça Roosevelt em 1o. de dezembro de 2000. A Praça encontrava-se totalmente degradada e parte considerável dos imóveis estava em estado de abandono. Era considerada, na época, um dos locais mais perigosos da já violenta cidade de São Paulo. Cheia de travestis, michês, prostitutas e traficantes, a Praça Roosevelt era um gueto que não pertencia à população da cidade em geral.

Desde a sua chegada à Praça, Os Satyros passaram a interferir diretamente na paisagem urbana da região. Sua intervenção trouxe outros grupos teatrais, como o Teatro X, que abriu um espaço a 90 metros dos Satyros, e a Cooperativa Paulista de Teatro.

Aos poucos, a Praça foi se transformando de local perigoso em ponto de encontro de artistas, intelectuais e jornalistas. Sua vida noturna deu uma nova cara ao centro de São Paulo e apontou uma tendência que viria a se concretizar em outros teatros e bares na região. Não houve a exclusão dos antigos ocupantes da praça, mas um processo de integração, em que travestis e traficantes passaram a dividir o espaço público com artistas, em um convívio exuberante e inaudito .

O processo de transformação da Praça foi registrado por toda a mídia de São Paulo, tanto nas televisões quanto nos jornais. O impacto social e econômico foi imenso e a valorização dos imóveis da região chegou a mais de 140% dos valores até 2000, em apenas 3 anos.

Em 2004, Os Satyros produziram a primeira parte da Trilogia da Praça Roosevelt, com o espetáculo “Transex”. O texto, escrito por Rodolfo García Vázquez, buscava através de situações reais vividas, ouvidas ou presenciadas por artistas da companhia, redimensionar o universo do gueto dos travestis da prostituição em uma fábula tragicômica. O espetáculo recebeu o Prêmio Shell de figurino daquele ano e ficou em cartaz por nove meses, com excelente receptividade de público.

A segunda parte da Trilogia foi realizada no ano seguinte. A partir do texto da dramaturga alemã Dea Loher, Os Satyros produziram o espetáculo “A Vida na Praça Roosevelt”, que estreou em agosto de 2005, no Espaço dos Satyros Um, em São Paulo. O espetáculo obteve grande repercussão de público e crítica e permanece em repertório da companhia. Vencedor do Prêmio Qualidade Brasil (melhor diretor – drama) e Shell (melhor diretor), a montagem dos Satyros fez uma turnê no ano de 2006 por alguns dos principais teatros da Alemanha. Apresentou-se no Festival de Mülheim, no Bunny Hill do Kammerspiele de Munique e no Autorentage do Thalia em Hamburgo, numa excursão bem sucedida.Para a terceira parte desta Trilogia, Os Satyros decidiram convidar sete dos mais destacados dramaturgos paulistanos para lançar um olhar próprio sobre este local tão especial da cidade. Estes autores escreveram textos para cada um dos sete dias semana, abordando aspectos diferentes da realidade do centro da metrópole. Sete diretores diferentes estão montando os textos com elencos variados e os espetáculos resultantes deste projeto serão exibidos sempre às 19h00, um a cada dia da semana. A Praça Roosevelt será, assim, recriada em sete dias, através de sete diferentes montagens de textos curtos.

Essa Trilogia pretende lançar um olhar sobre o cotidiano dos seres solitários que estão presentes na paisagem urbana da Praça Roosevelt, uma das mais tradicionais da cidade e resgatar sua universalidade a partir de um recorte preciso desse microcosmo do centro de São Paulo, através de uma valorização da dramaturgia paulistana e dos artistas que estão, de alguma forma, ligados à grande transformação da praça.


As peças
Domingo: Uma pilha de pratos na cozinha
Texto e direção de Mario Bortolotto,
com Alex Gruli, Eduardo Chagas, Otavio Martins e Paula Cohen.
Sinopse: O encontro de quatro amigos num apartamento da Praça Roosevelt, regado a bebida, cigarros e blues, onde cada um se revela nos limites do paradoxo da morte.
Segunda-feira: O amor do sintexto de Mário Viana
direção de Alexandre Reinecke,
com Adão Filho, Ângela Barros, Flávia Garrafa e Otávio Martins
Sinopse: A manicure Sueli, o iluminador Loro e o garçom Buri se encontram, de folga, dentro de um teatro fechado na Praça Roosevelt. É segunda-feira, os três fogem de grupos armados, que patrulham as ruas espancando pobres, negros, gays e deficientes. Enquanto esperam o clima lá fora acalmar, conhecem o Espírito do Teatro.
Terça-feira: Na noite da Praça
texto de Alberto Guzik
direção de Luis Valcazaras,
com Álvaro Franco, Marilia de Santis, Ricardo Gimenes e Rodrigo Fregnan
Sinopse: Em uma noite de enchente, depois de um violento fim de semana, um estilista é preso na Roosevelt com um garoto de programa. São acusados de grave atentado ao pudor. Como o garoto é “de” menor e o estilista trabalha na tevê, a coisa vira escândalo. Na peça, o estilista, o rapaz, uma garçonete e um morador preconceituoso e homofóbico entrelaçam monólogos contando suas versões da história.
Quarta-feira: Impostura
texto de Marici Salomão
direção de Fernanda D'Umbra,
com Fernanda D'Umbra, Mario Bortolotto e Patrícia Leonardelli
Sinopse: “Impostura” se passa numa madrugada de bebedeira e muita fumaça. Um escritor fracassado, sua mulher insatisfeita e uma possível amante, que ela leva para casa, se digladiam na sala de um porão imundo. Impasses, tormentos, cobranças, sexo e vingança pontuam os diálogos e a ação de personagens que parecem ter sido reduzidos ao impulso de ferir como única forma de poder existir.
Quinta-feira: Hoje é dia do Amor!
texto de João Silvério Trevisan
direção de Antonio Cadengue
com Gustavo Haddad
Sinopse: Neste monólogo, um michê de luxo vive uma sessão sadomasoquista com um master que nunca aparece. Quer celebrar com radicalidade a Quinta Feira Santa enquanto Dia do Amor. Acorrentado a uma cruz, ele fala de sua vida, evoca trechos bíblicos e tenta desconstruir o sentido da dor, física e psicológica. Quer se tornar uma espécie de santo da dor. Mas o final trágico lhe provará que na experiência humana a dor se prolonga até o limite do insuportável.
Sexta-feira: A noite do aquário
texto de Sérgio Roveri
direção de Sérgio Ferrara,
com Clara Carvalho, Chico Carvalho e Germano Pereira
Sinopse: No início dos anos 60, o fechamento de um porto está transformando uma pequena cidade à beira-mar em um vilarejo fantasma. Para resgatar a mãe e o irmão mais novo deste cenário de abandono, o misterioso José, filho mais velho, retorna à casa de onde partiu oito anos atrás. Naquela noite, repleta de revelações, a mãe conta aos dois filhos sobre uma viagem que fez a São Paulo, em busca do marido desaparecido. Ela chegou à cidade no mesmo dia em que uma cantora então desconhecida fazia seu primeiro show na Praça Roosevelt. O nome da cantora? Elis Regina.
Sábado: Assassinos, suínos & outras histórias na Praça Roosevelt
texto de Jarbas Capusso
direção de Marcos Loureiro
com Eduardo Chagas, João Fábio Cabral e Sérgio Guizé
Sinopse: Hoje é sábado, Josué e Corinthiano têm dois compromissos importantes: um batizado na igreja universal - da patroa do Corinthiano – mas, antes, têm que dar cabo de um fã do Lair Ribeiro, morador da Praça Roosevelt. Eles são assassinos profissionais e trabalham muito. Inclusive aos sábados.
A maratona da estréia
A maratona de lançamento do projeto “E Se Fez A Praça Roosevelt Em Sete Dias” será no próximo dia 06 de abril, quando todos os sete espetáculos serão apresentados no Espaço dos Satyros Um - Praça Roosevelt 214 - tel. 3258 6345 - na seguinte ordem:

14 horas - 06/04 – Segunda-Feira: O Amor do Sim
16 horas - 06/04 – Terça-Feira: Na Noite da Praça
18 horas – 06/04 – Quarta Feira: Impostura
20 horas – 06/04 - Quinta Feira: Hoje é Dia do Amor
22 horas – 06/04 - Sexta Feira: A Noite do Aquário
24 horas – 06/04 - Sábado: Assassinos, Suínos & Outras Histórias da Praça Roosevelt
02 horas – 07/04 – Domingo: Uma Pilha de Pratos na Cozinha

A estréia em horário regular será no dia 08 de abril, às 19 horas, com a apresentação de “Uma Pilha de Pratos na Cozinha”, de Mário Bortolotto.Coletiva de imprensa:Será realizada uma coletiva de imprensa com os idealizadores, dramaturgos e diretores para apresentação do projeto, no dia 30 de março, sexta-feira, às 15 horas, no Espaço dos Satyros Um, Praça Roosevelt, 214.Serviço

"E se fez a Praça Roosevelt em 7 dias"sempre às 19h00
duração dos espetáculos: 60 minutos
"Domingo: Uma pilha de pratos na cozinha"
"Segunda-feira: O amor do sim"
"Terça-feira: Na noite da praça"
"Quarta-feira: Impostura"
"Quinta-feira: Hoje é dia do amor"
"Sexta-feira: A Noite do aquário"
"Sábado: Assassinos, suínos & outras histórias na Praça Roosevelt"

Espaço dos Satyros Um Praça Roosevelt, 214
Tel. 3258 6345
Lotação: 70 lugares
Acesso à deficientes
possui ar-condicionado
possui estacionamento (R$ 5,00)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (estudantes, classe artística, terceira idade e moradores da Praça Roosevelt)
Passaporte para os 7 espetáculos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (estudantes, classe artística, terceira idade e moradores da Praça Roosevelt)
Estréia: Maratona de Lançamento: 06 de abril
Estréia em horário regular: 08 de abril
Término da temporada: 30 de junho
Patrocínio: PAC - Programa de Ação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo
Contatos com a imprensa:
Os Satyros - 3258 6345 / 3231 1954